segunda-feira, 25 de abril de 2011

Origem da expressão: Meu reino por um cavalo!

Na 216° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 24 de abril de 2011, transmissão: Rio Una FM, 87,9 após questionar o ouvinte-leitor ALACAZUM a respeito do autor da seguinte expressão: Meu reino por um cavalo! Que foi respondido pela professora Suzana Braga (Gestora da Escola Estadual Eraldo Tinoco- Bairro da Bolívia), fizemos a leitura da história.

O rei Ricardo III estava se preparando para a maior batalha de sua vida!

Um exército liderado por Henrique,
Conde de Richmond, marchava
contra o seu.

A disputa determinaria o novo
monarca
da Inglaterra.

Na manhã da batalha, Ricardo mandou
um cavalariço para verificar se seu
cavalo preferido estava pronto.


- Ferrem-no logo – disse ao ferreiro.
O rei quer seguir em sua montaria
à frente dos soldados.

- Terás que esperar – respondeu
o ferreiro.
Há dias que estou ferrando todos os cavalos do exército real e agora
preciso ir buscar mais
ferraduras.

- Não posso esperar! - gritou o cavalariço, impacientando-se.
Os inimigos do rei estão avançando
neste exato momento e precisamos
ir ao seu encontro no campo.
Fazes o que puderes agora com o
material de que dispões.

O ferreiro, então, voltou todos os
esforços para aquela empreitada.

A partir de uma barra de ferro, providenciou quatro
ferraduras.

Malhou-as o quanto pôde até dar-lhes formas adequadas.

Começou a pregá-las nas patas
do cavalo.

Mas, depois de colocar as três primeiras, descobriu que faltavam-lhe alguns
pregos para a quarta.

- Preciso de mais um ou dois pregos - disse ele - e vai levar tempo para confeccioná-los no malho.

- Eu disse que não posso esperar! - falou,
impacientemente, o cavalariço.
Já se ouvem as trombetas!
Não podes usar o material que tens?

- Posso colocar a ferradura, mas não
ficará tão firme quanto as outras.

- Ela cairá? - perguntou o cavalariço.

- Provavelmente não - retrucou o ferreiro -
mas não posso garantir.

- Bem, usa os pregos que tens - gritou
o cavalariço.
E andas logo, senão o Rei Ricardo
se zangará com nós dois.

Os exércitos se confrontaram e Ricardo participava ativamente, no coração
da batalha.

Tocava a montaria, cruzando o campo
de um lado para outro, instigando
os homens e combatendo
os inimigos.

“Avante! Avante!”, bradava ele, incitando os soldados contra as linhas
de Henrique.

Lá longe, na retaguarda do campo,
avistou alguns de seus homens
batendo em retirada.

Se os outros os vissem, também iriam fugir da batalha.

Então, Ricardo meteu as esporas na montaria e partiu a galope na direção
da linha desfeita, conclamando
os soldados de volta à luta.

Mal cobrira metade da distância quando
o cavalo perdeu uma das ferraduras.

O animal perdeu o equilíbrio, caiu,
e Ricardo foi jogado ao chão.

Antes que o rei pudesse agarrar de
novo as rédeas, o cavalo assustado
levantou-se e saiu em disparada.

Ricardo olhou em torno de si.

Viu seus homens dando meia volta e fugindo, e os soldados de Henrique fechando o cerco ao redor.

Brandiu a espada no ar e gritou:

- Um cavalo! Um cavalo!
Meu reino por um cavalo!

Mas não havia nenhum por perto.

Seu exército estava destroçado e os soldados ocupavam-se em salvar
a própria pele.

Logo depois, as tropas de Henrique dominavam Ricardo, encerrando
a batalha.

E desde então as pessoas dizem:

Por falta de um prego, perdeu-se
uma ferradura;

Por falta de uma ferradura, perdeu-se
um cavalo;

Por falta de um cavalo, perdeu-se
uma batalha;

Por falta de uma batalha, perdeu-se
um reino;

E tudo isso por falta de um prego
na ferradura!!!


Adaptado do original de James Baldwin


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