quarta-feira, 6 de maio de 2009

O degelo do Ártico e a sobrevivência dos ursos-polares


Mirem esta cena! Vejam que beleza extraordinária é representada através da tranqüilidade dos ursos-polares. Tão inocentes frente a câmara humana. Tão inocentes frente a atual situação do degelo do Ártico que compromete a sua sobrevivência. Um nó na garganta me atravessa quando insisto em olhar esta fotografia e vislumbrar se ainda estão vivos estes animais aqui retratados. Ainda não consigo conceber a prática desumana com que os seres humanos adaptaram seus modos de consumo e a todo custo insistem em ganhar mais e cada vez mais. Até quando sobreviveremos? Sim, por que está em jogo também a permanência de nós, seres humanos, neste planeta chamado Terra. E começo a lembrar destas fêmeas que estão aptas à reprodução uma vez a cada três anos sendo um dos mamíferos com menor capacidade reprodutiva. É esperado que a ursa-polar tenha apenas cinco ninhadas em sua vida. As crias nascem cegas e pesando muito pouco em relação ao peso adulto, sendo um dos filhotes menor desenvolvidos dos mamíferos eutérios. Vivem em média de 15 a 18 anos. De todos os ursos, o urso-polar é o mais restritamente carnívoro. Sua principal presa é a foca a qual tenta capturar quando estas emergem em buracos no gelo para respirar. O que não se torna fácil esta captura. O encolhimento das camadas de gelo e o prolongamento do verão vem obrigando os ursos-polares a buscar comida em lugares habitados, colocando a espécie em conflito com os seres humanos. A poluição ambiental é outra ameaça. Estando no topo da cadeia alimentar o urso-polar concentra substancias tóxicas em seu organismo. Outra ameaça é o derramamento de óleo. O que mais ocorrerá em nosso planeta para sensibilizar quanto a necessidade de equilibrar o consumo? Continuo a mirar a fotografia dos ursinhos-polares junto a sua mãe, em uma rara tranqüilidade do Ártico. Em uma paz suposta a um paraíso. Que deveria ser um paraíso. Que tinha tudo para ser um paraíso. Chegou a ser um paraíso? Haverá condições para se resgatar o paraíso perdido?

Celeste Martinez

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